segunda-feira, maio 28, 2007

a moment in time

Come on, come on hold my hand
play that magic you once had.
Hold me now, tear me apart
Kiss me, please, break my heart.

Show me the power you possess
Preety faces don´t impress
Be yourself, make me beg
Make a revolution in my head.

You stared at me and shook my life
With memories of a distant time.
Let me hold you, and we will find
What still hangs in your mind.

No, oh no, this cannot be
From that moment we must set free.
Then i shall let you go
And what would be we will never know.

devaneios

A surpreendente brisa do passado
serve como sinal de confiança no dia
que se avizinha assim renovado
pela palavra que toldada me dizia

o que antes me pareceu certo
e esqueci por não crer,
que o instinto era correcto
e o que vivi podia ser.

Assim o momento findou,
perdida a oportunidade.
Ainda assim o tempo não apagou
e voltou atada na saudade.

Doce a brisa que inesperada
numa conversa toldada fez
a promessa desejada
Noutra vida, talvez...

domingo, maio 27, 2007

Talvez noutra vida...

Aquele momento, como foi doce, como foi doloroso, como foi único! Ninguém tem de o compreender, mas aquele segundo de cumplicidade foi magnífico...
Num pequeno e doce momento, existiu algo, e isso é mais do que qualquer poema pode exprimir, mais do que qualquer relato pode explicar, mais do que eu próprio posso perceber...
Como estou à toa, e assim me deito hoje, com este misterioso sonho a atormentar a minha mente, com o desejo que o mesmo sonho te perturbe o sono... Que tormento!
Talvez noutra vida...

sábado, maio 05, 2007

Walk away

A custo abriu os olhos com os primeiros raios de sol que entravam pela janela, como todos os dias o primeiro pensamento ia para o astro rei que significava o início de mais um dia, mais uma batalha. Levantou-se e deixou para trás a cama ainda quente, dirigiu-se à varanda, sentiu a brisa que se despedia da madrugada e acolhia o novo dia e rendeu-se, a luta recomeçava...
Interrogava-se constantemente como em tão pouco tempo, os escassos minutos em que demorava a acordar totalmente desde que abria os olhos todas as manhãs e espertava por completo, como esse curto espaço de tempo era suficiente para aquele sonho que parecia tão grande, mas uma vez mais esse instante de tempo já findara e o sonho não faltou.

A vida era simplesmente perfeita para ele naqueles dias, tinha tudo o que desejava, uma vida desafogada, sem problemas de maior, ao lado da pessoa que mudara a sua vida, que lhe dera um sentido, a direcção que procurou e ao seu lado achou.
Ao acordar virou-se e como sempre ela estava ainda a dormir, aqueles magníficos cabelos soltos cobrindo a almofada, aquela cara de anjo descansando em paz, desconhecendo que naquele breve instante era observada pelo seu amante, o sagrado ritual não falhou e ela abriu lentamente os olhos, a cara libertando-se do sono e olhando para ele, o seu melhor amigo, o homem que ama estava a contemplá-la com aquele ar de quem dá graças pela benção que lhe foi dada...
"Bom dia!"-disse fascinado como sempre por aquele hino à beleza que era o despertar da pessoa que amamos...
"Bom dia mirone, dormiste bem?"
"Dormi, e acordei melhor..."
O ritual continuava com o beijo, o primeiro do dia, aquele onde sentiam pela primeira vez o calor um do outro, o primeiro abraço que assegurava que tudo estava bem, que a paixão estava presente, o abraço que começava ao de leve e acabava inevitavelmente com os dois corpos envolvidos numa ardente dança, forte e segura, entregavam-se sem reservas ao companheiro, até ao momento da explosão desses dois corpos unos pelo consumar da paixão insaciável...
Soltaram-se largos minutos depois, novo beijo, sempre apaixonado, sempre sentido.


Saiu da varanda, pensativo parou à entrada do quarto, olhou para a pessoa que estava deitada na cama, todos os dias dizia para si que amava aquela pessoa sabendo que essa era a realidade, pensou fazer como no sonho e ficar a vê-la dormir, tal como no sonho, mas não conseguiu... Existem situações que têm o seu tempo, o seu momento, e aquele claramente não era o momento de agir como no sonho. Sentia a dor que a introspecção matinal lhe causava, sentou-se na varanda sentindo o frio da manhã arrepiar os pêlos do tronco nu mas não prestando atenção a isso, como lhe era dolorosa essa introspecção, como era ainda mais dolorosa a situação que vivia...


" E se um dia não fôr assim?", esta era uma questão que ele colocava frequentemente e que ela evitava, mas não desta vez, nem se deu ao trabalho de questionar o que ele queria dizer com isso, limitou-se a responder...
" Teremos de continuar as nossas vidas então"
Ele escutou, algo espantado com a espontaneidade da resposta, com a honestidade presente naquelas palavras.
" Assim, sem problemas?!"
" Claro que não seria sem problemas, amo-te demais para se um dia atingirmos essa situação partir noutro rumo sem dúvidas, sem hesitar, acho que perdes demasiado tempo e desperdiças muita energia a pensar nisso e acabas por não aproveitar o presente..."
" Provavelmente tens razão, mas por vezes parece-me que estou a viver um sonho, que não mereço isto, temo acordar e ver que não passas de uma ilusão..."
Ela beijou-o ternamente como que tentando provar que assim não era, que era bem real, mas ambos sabiam que agora algo mudara, ele já não esperava que ela acordasse para lhe dar o primeiro beijo da manhã na cama, ela não o escutava com a mesma paciência que noutras alturas, a regularidade com que se entregavam ao parceiro e a intensidade com que se amavam não era a de outros tempos... O simples facto de desta vez ela optar por responder era significativo...

Passou a mão pela barba de três dias, a custo preparou a lâmina e começou outro dos rituais, enquanto a lâmina desfazia os estragos de dias de desleixo ouviu-a mexer-se na cama, não pôde evitar um sorriso, uma vez mais disse para si que amava a pessoa que estava a dormir no quarto ao lado, recordou o momento em que teve de se convencer que as sucessivas separações e as pazes não eram o rumo certo para as suas vidas, fôra sempre ele a tentar as reconciliações, a forçar, a tentar evitar o que era mais que certo, o fim do sonho.
Todos lhe diziam que o tempo curaria tudo, mas ele estava certo que o tempo não conseguiria apagar a marca que ela lhe deixara no coração.



O dia em que tomou a decisão ficaria eternamente cravado na sua mente, foi o dia em que desistiu de tentar, em que teve a certeza que para provar a si mesmo que a amava teria de a deixar partir, e vendo que ela não o faria, tomou a decisão de afastar-se da mulher da sua vida, não conseguindo encará-la, sabendo que se o fizesse, se dissesse o que tinha de ser dito, ela iria argumentar e acabariam ambos por ceder à tentação e prolongar o sofrimento que infligiam um ao outro, encontrou numa carta a única maneira de dizer tudo o que conseguia dizer:

" Vem aí de novo o dia enquanto te escrevo esta carta, estou sentado a ver o sol nascer, lembrando os momentos que o fizémos juntos, a intensa paixão que nos unia, recordo-me de nos entregarmos aos primeiros raios do dia e darmos uma nova definição à palavra desejo... Ambos sabemos que não podemos prolongar esta situação, estamos a morrer por dentro e, pior ainda, sinto que te estou a corroer por não ter a honestidade de te deixar partir, por não ter a coragem necessária de te fazer partir. Os nossos caminhos serão diferentes, as coisas entre nós nunca mais serão as mesmas, mas terá mesmo de ser assim, não tenho dúvidas que te amarei sempre, aconteça o que acontecer, mas por isso mesmo tenho de me afastar, devo-o a ti mas também a mim, merecemos ser felizes. Já não o podemos ser entre nós, temos de saber encontrar outro rumo para a felicidade. Este é o dia mais doloroso da minha vida, renegar o meu amor, ou melhor, afastar o meu amor é negar aquilo que sou, para aguentar essa dor mentalizo-me que esta é a melhor prova de amor que te posso dar, por isso parto. Em mim terás sempre o que quiseres, o amigo, o ombro, o abraço, a cumplicidade que nunca cessará, mesmo que não te volte a ver... Não consigo escrever mais, as lágrimas já me tapam os olhos e a mão treme com tanta força que nem sei se conseguirás decifrar estas linhas. Adeus, aquele beijo de quem te amará sempre..."

Saiu do banho e chegou ao quarto, ela acordava nesse momento e aí nada interessava, aquela nova beleza que nascia na sua cama fazia esquecer quase tudo, relegando para um segundo plano o momento em que se convenceu que para continuar a amar aquela pessoa que lhe fazia sentir único teria simplesmente de se afastar...
Foi o que fez, terminou o sonho que um dia teve com dor, muita dor, mas terminou-o pois ninguém o poderia ter feito por si, desde então não passou um dia em que não imaginasse como as coisas poderiam ter sido se não se tivesse afastado, se tivesse resistido, mas lembrava-se sempre da citação que lhe dizia, se amas alguém, tens de a deixar ir, e foi o que fez, com sofrimento que as palavras não podem dimensionar, mas foi o que fez, cedo ou tarde, eterna questão, mas fê-lo...
Felizmente, o sonho que tinha todas as manhãs ao acordar, onde recordava sempre os mesmos momentos fulcrais, desde o melhor de uma relação aos pontos de ruptura, terminava sempre que olhava de verdade para a sua nova companheira e que se sentia grato pela consciência que voltara a amar.
Entrou na cama com a toalha enrolada à cintura, passou a mão pela face da pessoa que era o seu futuro e tudo melhorou, e esse novo dia, essa batalha passou a ser doce música e nova dança começou, diferente beijo de acordar, diferente a forma de passar a mão pelos cabelos, ardor renovado no abraço, na fusão inevitável dos corpos apaixonados...




nota: inspirado na música walk away de Ben Harper, a música vista por mim, não inspirada em mim. Completa ficção, a minha visão de uma possível situação, nada mais...

O anti-tirano

A Tirania é uma vil forma de demonstrar e exercer o poder que se conquistou de forma legítima, ou não. Considerando-me um filho de Abril por ter nascido numa pátria que conseguiu destronar um governo de despotismo, só posso defender os princípios da liberdade, pois esses misturam-se com os princípios pelos quais dirijo a minha vida. Assim sendo, mais do que contrário a qualquer sistema opressor, sou manifestamente contra qualquer pessoa que o tente fazer, um líder não pode usar a legitimidade da sua posição para governar a seu bel prazer, infelizmente o nosso país está repleto de pequenos tiranos, em todas as áreas da sociedade, a parte romântica do meu carácter crê ainda assim que para cada déspota aparecerá sempre um opositor que fará tudo para limitar os danos de tal governação.
Não me quero alongar muito neste devaneio, quero apenas afirmar num contexto relacionado mas algo diferente, que um nome não é para mim mais que uma designação, existem entidades superiores como um espírito, uma união, um grupo, que transcendem o seu título, e essas entidades, esta entidade não morre com um capricho, com uma atitude absoluta e arbitrária, que mesmo tendo alguma base de apoio, não é unânime! Os derradeiros objectivos de tal atitude estão ainda envoltos em mistério, mas sinceramente são completa e totalmente secundários para a minha pessoa...
O que defendo e sempre o farei, é que devemos combater a tirania da forma que podemos, no trabalho, na política, na sociedade... Faço o possível para limitar e contrariar as consequências desses actos lutando, falando mesmo quando o faço e miro pasmado o silêncio dos que pensam o mesmo, correndo o risco de ficar só, mas com o carácter intacto, faço-o e sempre o farei!
Peço-vos que lutem, se ergam contra poderes instalados se o tiverem de fazer, não se deixem pisar, combatam com as vossas armas, com o espírito que todos temos, o espírito de inconformismo!
Pela minha parte, assim o espero, vou lutar para manter acesa a chama com todos os que o queiram fazer, ao meu lado e não sob o meu comando, liderança ou como lhe queiram chamar. Não serei líder, serei uma só pessoa a fazer aquilo que ama, junto daqueles que me queiram acompanhar, sempre contra todos os tipos de tirania mais ou menos evidente...

personalidades...

Queimando etapas
desejando resultados,
desdenhando os mapas
de caminhos apagados!

Querendo encontrar
sem o esforço fazer
o desejo de conquistar
sem a demanda empreender,

vai o velho soldado
seu rasto criando
jovem talento desperdiçado
seus anos queimando.

Ciente do valor
mas despreocupado resiste
à chama de ser maior
atingir lugar que lhe assiste.

Na mediocridade da monotonia
encolhe os ombros e aceita
esta infinita via
que por nada enjeita.

Apetece gritar
abre os olhos e sê
pára de tudo aceitar
reage e vê!

Mas isto perdura
vejo-o em cada reflexo
à beira da loucura
de atitudes sem nexo.

O soldado partiu
a noite voltou
a escuridão caiu
e então o jovem lutou

perdido nas sombras
com a força de quem quer
deixar as penumbras
algo mais ser!

Mas o velho não larga
vai vivendo em si
em cada desaire
renasce e ri!

Enigmática esta batalha
áspera, desabrida
sem campo que a acolha
prossegue destemida.

Sem fim à vista
sem favorito à conquista
o velho derrotista
ou o jovem idealista!

O amanhã o dirá
o futuro não espera
se o jovem vencerá
atingindo sua doce quimera.

quarta-feira, maio 02, 2007

a vós...

Como aceitar que ficou no passado,
Como esquecer sem remorso algum?
Impossível seguir o caminho marcado
Deixando-vos ficar sem futuro nenhum.

Os sorrisos que ficam na memória
São doce lembrança de tempos mais claros.
A humilde homenagem da pequena história
Que deixaram eternamente em nossos corações cravados.

É difícil apreciar uma vida
Que nos roubou a vossa presença.
Temos de no vosso exemplo descobrir o guia
Mesmo quando é escassa a crença.

Parece já tão longe o último adeus
A recordação turva é injusta, é triste.
Apetece gritar, voltem, são meus!
Amigo, não posso, luta, resiste!

Assim o faço, como todos que vos perderam
Um e outro dia honrando a vossa vida.
Partilhando aquilo que nos deixaram
Remando contra a maré decidida.

Despeço-me amigo, por agora me fico
Crê, estarás sempre no horizonte,
Em todas as vitórias que nesta vida conquisto
Serás da minha vida eterna fonte.

momentos...

Num gesto de inspiração momentânea
A lua desceu e a terra espertou
Vinha formosa quanto espontânea
De tal que o tempo de pronto estacou
Podia esta atitude parecer estranha
Não fosse o impacto que a visão provocou
Vestindo o negro da noite parada
Pela luz de seu corpo encadeada.

Pequeno instante depressa esquecido
Pelo mundo que não o esperava
E continuou a dormir distraído
Perdendo a lua que estrondosa dançava
Não percebendo o momento em que enternecido
Alguém presenciou a aparição que desejava
resgatado da escuridão da noite estacada
Salvo pela luz de uma presença inesperada.

Nesse instante percebeu
Que aquela dança não teria de terminar
Nos gestos sensuais dela se perdeu
Captando o movimento para sempre se recordar
Do momento em que a esperança renasceu
E que o vazio pôde finalmente cessar.
Com silenciosa gratidão olhou o céu
Com a cumplicidade de quem tesouro recebeu.