quarta-feira, maio 02, 2007

momentos...

Num gesto de inspiração momentânea
A lua desceu e a terra espertou
Vinha formosa quanto espontânea
De tal que o tempo de pronto estacou
Podia esta atitude parecer estranha
Não fosse o impacto que a visão provocou
Vestindo o negro da noite parada
Pela luz de seu corpo encadeada.

Pequeno instante depressa esquecido
Pelo mundo que não o esperava
E continuou a dormir distraído
Perdendo a lua que estrondosa dançava
Não percebendo o momento em que enternecido
Alguém presenciou a aparição que desejava
resgatado da escuridão da noite estacada
Salvo pela luz de uma presença inesperada.

Nesse instante percebeu
Que aquela dança não teria de terminar
Nos gestos sensuais dela se perdeu
Captando o movimento para sempre se recordar
Do momento em que a esperança renasceu
E que o vazio pôde finalmente cessar.
Com silenciosa gratidão olhou o céu
Com a cumplicidade de quem tesouro recebeu.