terça-feira, março 27, 2007

Promessa

Continuo sem distinguir
O real da ilusão,
Em que poder agarrar
Sem o risco de na mão partir
A que real me entregar
Em que destino apostar o coração.

Pequenas luzes em túneis tapados
Criam efeitos difíceis de entender
Adormecem melancolia acordando alegria
Meio perdida por anos de fados
Agora despertada por esta magia
Que como outra é impossível perceber.

Mas o brilhantismo apresenta-se na noção
De que nada disto é realmente fulcral
Que a explicação virá com o tempo
Sem ter de exigir resposta para esta questão
Pois de mão dada com o sentimento
Chegará com a simplicidade que a tornará especial.

Em conversas repetidas sem conta
Continuo pisando o mesmo chão
Mas por dentro sei em que acredito
Como quem comigo as tem o sabe mas não desmonta
Pois grande é como o mar é infinito
Por ser amigo, não de sangue mas irmão!

Este não é grito de queixa
É sim voz de quem se liberta
que mesmo não sabendo distinguir
Continuarei a luta sem desfeita
Abrindo os braços para este novo mundo sentir
Deixando a porta do coração bem aberta.

É promessa que deixo por escrito
Por não ter a coragem de em voz o arriscar
Promessa que sei não ter de fazer
Promessa que ainda assim repito.
E termino estas palavras que saberás entender
Tu que não és um mas sim o mundo que as queira escutar.

segunda-feira, março 26, 2007

Perdoa

Perdoa o que te estão a fazer
A estaca que te espetam no coração.
Nada fizeste para o merecer
Perdoa este acto que não tem perdão!

Quarenta e um anos esquecidos estão
Hoje que a vergonha ganhou novo estandarte!
Perdoa a quem um dia darás a mão
ergue-te por quem continuará a amar-te.

Entre as brumas da memória
Muitas vozes se irão erguer
Vozes que acreditam na tua glória
Gente que não te deixará morrer.

Pouco sou, nada posso fazer
Que não seja a revolta gritar
Pela traição que te vi fazer
Pela tristeza de te ver chorar.

Perdoa e volta a marchar
Contra os canhões do mal.
Por ti ó pátria vale lutar
Porque és único Portugal!


Ps. É muito triste ver acontecer isto 33 anos depois, muitas famílias terão chorado ontem à noite, muita gente que perdeu quem amava estará certamente revoltado, eu que nada sofri a não ser as consequências indirectas sofro hoje pela indecência do que fizeram, aquela votação nada me diz, mas é triste ouvir na mesma frase Grande Português e aquele nome. Hoje correm as lágrimas, não pelo meu rosto, mas do meu coração, hoje só me apetece pedir, perdoa-lhes Portugal, és bem maior do que isto...

segunda-feira, março 19, 2007

citando...

Não tenho por hábito usar os meus blogs para apresentar citações mas neste caso li esta declaração e achei que merece ser aqui apresentada.

"Ironia, verdadeira liberdade! És tu que me livras da ambição do poder, da escravidão dos partidos, da veneração da rotina, do pedantismo das sciencias, da admiração das grandes personagens, das mystificações da politica, do fanatismo dos reformadores, da superstição d'este grande universo, e da adoração de mim mesmo."

P.J. PROUDHON

Um brinde, mais um...



Este post vem do outro blog mas as coisas importantes são para dizer, não importa quantas vezes...

Um brinde à amizade e a todos os que estão sempre lá, um brinde aos que durante meses suportaram os maus momentos e ajudaram a ultrupassá-los, aos amigos!
Não precisam de reconhecimento nem que lhes agradeça, mas merecem! Aos que passaram horas nos "magnetics" desta Lisboa, aos que passaram dias a ouvir sem reclamar dando sempre o ombro e um conselho acertado, aos que passaram horas ao telefone, aos amigos!...
Aos que aturaram mudanças de humor constantes, aos que nunca desistiram de apoiar, aos que souberam sempre separar as águas e mostraram o caminho, à sua maneira, com todo o seu saber. Eles mais que ninguém são a quem posso agradecer por hoje olhar a vida com um sorriso.
A todos os que se soubessem do que se passou também teriam estado lá, sei que sim! Mas este brinde é mesmo para aqueles que tiveram de lidar com problemas que não eram seus e fizeram-no com a mestria de quem sabe ser amigo em todas as horas.
Um brinde à vida que mesmo com todas as suas contrariedades, todos os seus problemas, todas as suas injustiças, nos dá a mão quando menos esperamos, nos dá amigos que valem ouro, amigos a quem na cara não consigo por vezes agradecer, faço-o aqui!
Aos amigos!...





terça-feira, março 06, 2007

Desejo

Desejo é o que sinto neste momento, desejo de voltar a publicar aqui textos que sejam merecedores das críticas de quem os lê, desejo de conseguir finalmente escrever com regularidade e não deixar passar tanto tempo entre posts, desejo de conseguir fazer algo de diferente...
Recentes comentários de diferentes pessoas devolvem-me a vontade de escrever ou, melhor dizendo, reforçam uma vontade que está sempre presente mas timidamente fica escondida e não consigo pôr em práctica.
Promessas não posso fazer, por várias vezes deixei o desejo de não parar de escrever mas a vida tem uma maneira de nos testar que por vezes nos tira a capacidade para fazer o que nos realiza, não estou a tentar encontrar uma desculpa para ter parado de escrever, se o fiz foi porque não o consegui, porque não tive força...
Na verdade não deixei de escrever neste período em que deixei de publicar aqui, escrevi algumas coisas para mim porque precisei de o fazer, coisas que possivelmente ninguém lerá, escrevi à antiga, de caneta e papel, ainda hoje ando com essas coisas que escrevi para não deixar que a memória apague pormenores que não devem ser esquecidos, verdadeiros devaneios esses que o papel ainda hoje guarda...
Bom, por agora chega, espero poder cumprir o que digo de seguida, até breve...