segunda-feira, março 24, 2008

Um bravo novo universo

Quero dar-te o mundo e fazer-te sorrir
Mostrar os montes que lá longe
por certo devem existir

Segurar-te nos braços
e dizer sem palavras
que acreditei nos passos
em que tu me levavas
preenchendo espaços
sem queimar etapas

para agora te ter
aqui tão perto
e poder dizer
que vivo deserto

por todo o momento
em que te encontro outra vez
e em cada pensamento
te agarro e vês

que estou aqui
p'ra te sonhar
te levo assim
a um lugar

onde juntos somos,
amor de poetas
onde nos dispomos
a quebrar metas

sem temer
o que está por acontecer
sem hesitar
me vou entregar

será que me vês
como eu te vejo
e assim crês
que te desejo

crê pois sou
o mundo que te dou
vem, vamos ser
um universo a nascer...

sexta-feira, março 21, 2008

Português

E o contributo
que deixo com humildade
vejam como tributo
sem ponta de vaidade

a todos que levaram
essa de Camões chamada
pela poesia a cantaram
usando como espada

ou simples estandarte
declamando o amor
com incomparável arte

com orgulho a devemos
defender com ardor
neste tempo em que vivemos.

quarta-feira, março 19, 2008

Vejo

Vejo-te
quando te toco
é isso que acontece,
vejo-te.
Nos dedos
que percorrem
a tua cara,
a palma que encaixa
na tua face
vê-te,
onde te entregas
conheço-te,
no toque
a tua alma beijo.
Posso até
os olhos fechar
mas para te ver
basta tocar,
os dedos correm
para a mente sonhar.
E sonho acordado
por alguém que já vi
no toque apaixonado
sinto que te conheci.

sábado, março 15, 2008

Lisboa

Parado num dos pontos daquele que é considerado o teu pulmão, olhei-te com carinho, com sincera paixão posso dizê-lo. Encarei-te, provavelmente não somente com os meus olhos, mas com o peso de gerações nascidas e criadas, foi o meu sangue, os meus genes que te admiraram.
De paixão pode-se falar, até porque pela mão levei a minha a ver-te, mostrar-te com os meus olhos, naquele lugar tão calmo, onde a poluição e o barulho se sentem apenas ao longe, como um zumbido que embora mão incomode muito, sabemos que está lá. Talvez para te observar, para te sentir, o melhor mesmo é subir a um ponto mais distante, mais alto e de lá ver os teus contornos, as tuas colinas, e aquele é sem dúvida um ponto, não direi único, mas próprio para o efeito.
Dói-me tanto quando te criticam os teus filhos. Também eu quero ir e conhecer o mundo, as cidades mais marcantes, os museus que guardam pedaços de História, os monumentos, saber como é o sol nesses sítios e como o frio é mais frio ou o que seja que o clima desses lugares me diga. Quero um dia voltar a todas as cidades que para além de ti me apaixonaram e conhecer muitas mais que nunca vi. Mas o que quero mais do que tudo isso é sempre ter a possibilidade de regressar, para novamente colocar os pés no teu chão.

Vidas

Eu na outra vida
quem fui não sei
no tempo perdida
ladrão (ou) rei

se cantei baixinho
fiel trovador
se andei sozinho
ou conquistador

Se por lá traí
ou pela palavra
tudo perdi

não sei
sabes
não sei

e sabes o que mais não sei
que como na outra
também nesta
quem sou não sei
pior,
quem serei