sexta-feira, junho 29, 2007

Soneto a quem canta a sua terra

Tu, trovador
do dia moderno,
és o melhor portador
do que no teu terno
.
coração floresce,
pelo fulgor de quem ama
a terra onde cresce,
com arte a canta!
.
Transportas pelo tempo,
evitas a perda tremenda
de tão nobre sentimento,
.
elevado em teu poema
imortalizado como o é o vento
pela brisa do seu tema.

segunda-feira, junho 18, 2007

amizade

Gritei para o mundo escutar, ninguém reparou. Não desisti e subi mais alto, gritei com mais força, se os pássaros esvoaçaram pelo meu berro ou porque simplesmente tinham um sítio melhor para estar nunca o saberei, o resto do mundo não escutou. Quase em desespero, trepei o mais alto que consegui, precisei de todas as minhas forças para pôr num grito sem igual, aquela floresta deve ter tremido nesse momento em que a minha voz bradou, antes de cair inerte pude compreender que esse derradeiro esforço havia sido em vão.
Deitado no chão vi as nuvens passarem lá em cima vezes sem conta, o sol atravessar o céu inúmeras vezes, e senti-me pequeno, não me mexi, passaram dias, meses, anos, e eu fazendo parte do chão fiquei. Nada podendo dizer, neste caso, gritar para que me fosse prestada atenção, morri por dentro.
Renasci, ergui-me e limpei as folhas que se colavam à minha roupa, tremi ao pensar no que sucedera, ssenti um arrepio pois percebi o que era estar neste mundo sem ter amigos, de novo caminhei em direcção ao mundo que me esperava, murmurei algo que nem os meus ouvidos escutaram, o mundo ouviu e sorri por viver rodeado de amigos...

terça-feira, junho 05, 2007

As lágrimas da natureza

Acordei, o ar estava pesado, não sei bem dizer o que se passava, mas tinha alguma dificuldade em respirar. Algo aflito, abri a torneira e molhei a cara, mas a água não era límpida, estava suja, emanava um odor estranho e que não consigo descrever...
Tentei respirar mas cada vez me custava mais, uma sensação de sufoco, um aperto que me desgastava, lentamente, que me consumia as forças. Corri para a janela, por certo o ar fresco da manhã me iria ajudar, ao aproximar-me, as cortinas ainda corridas, recordo-me de estranhar a falta de claridade, certamente já o sol ia bem alto e tinha a certeza que a previsão para esse dia apontava para céu azul e sol firme...
Desviei as cortinas e abri a janela com a esperança de finalmente inspirar e sentir o ar da manhã reanimar-me, senti as lágrimas correrem cara abaixo, tinha perante os meus olhos o mais triste espectáculo, não havia sinal de vida lá fora, a poluição era bem visível a olho nu, a natureza morria à minha frente, uma indescritível neblina, como se de um incêndio de proporções catastróficas se tratasse, pairava no mundo à minha frente, aquele cheiro que sentira ao abrir a torneira era agora mais forte, o sol mal se via através da neblina, não conseguia furar.
A natureza despedia-se, tal como eu sufocava a cada instante, o final estava perto, as lágrimas que corriam pela minha face eram o único sinal de vida que existia no mundo naquele dia, o dia em que a natureza chorou.
Abri os olhos, como sempre molhei a cara com aquela água fresca e transparente, abri as cortinas e de pronto o sol me beijou a cara, ao abrir a janela senti a brisa da manhã que chegava até mim fresca e pura, o sol subia para o trono do seu reino, forte e poderoso. Ainda não tinha sido desta vez que o homem conseguira destruir o planeta...
Desta feita foi apenas um pesadelo, vamos lutar para que nunca passe disso mesmo, e que os nossos filhos nunca tenham esse pesadelo!

segunda-feira, junho 04, 2007

planeta ameaçado

Serás capaz de perdoar
todo o mal que te fizeram
as tristezas que te deram
será que podes desculpar?

Porque falo no passado
se hoje ainda o fazemos
a toda a hora te perdemos
se em tanto gesto és maltratado?

Poderemos despertar
ou estará tudo perdido
poderás tu perdoar

quem tudo fez noutro sentido?
É mais que tempo de parar
antes que de morte sejas ferido!